Friday, September 20, 2013

Didática para professores de Bíblia


Didática para professores de Bíblia



Como melhorar sua aula e deixar seus alunos interessados

“A capacidade de ensinar não é um dom mágico contido nos cromossomos de uma minoria favorecida. Ensinar é uma arte: pode ser aprendida, praticada e cultivada como qualquer outra habilidade de alto nível” Lucien E. Coleman Jr.
Trataremos da mesma coisa de sempre com idéias novas. A mesma coisa de sempre, mais idéias novas é igual à melhor aprendizagem.

Considerações preliminares sobre ensino e professores

1.      O ensino cristão é um chamado Divino.

O Senhor continua convocando para a importante tarefa de ensinar a Bíblia. Efésios 4.11 “E Ele mesmo concedeu uns para... mestres”; 1ª Coríntios 12.28 “A uns estabeleceu Deus na igreja... mestres” (Almeida Revista e Atualizada, ARA).

2.      Os professores que Deus chama precisa de treinamento.

“Procura apresentar-te diante de deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (Seja um bom obreiro, um obreiro que não precisa ficar envergonhado quando Deus examina o seu trabalho e ensina corretamente a palavra da verdade, Nova Bíblia Viva, NBV) 2ª Timóteo 2.15.

3.      Na arte de ensinar não há substituto para o treinamento básico.

4.      A capacidade de ensinar é aperfeiçoada pela prática.

Ninguém aprende a ensinar simplesmente ouvindo como se faz, a arte de ensinar se aprende fazendo, é preciso ler, assimilar, expor, errar, e, continuar tentando.
“O único lugar aonde sucesso vem antes de trabalho, é no dicionário”.

5.      A Bíblia é o centro do ensino cristão.

A Bíblia deve ser a base de princípios de toda a Educação Religiosa Cristã. Família, Teologia Sistemática, Missões, entre outras tantas.

A postura do professor em relação à tarefa de ensinar será em grande parte responsável pelo clima das aulas. O que o professor é e o que ele faz na classe de estudo bíblico, é tão importante quanto o que ele sabe. O professor deve conciliar: perícia (preparo, aptidão). com entusiasmo (disposição mental e física) de ensinar; e, sensibilidade (em relação aos alunos) e percepção (do ambiente) para cada dia de aula.

O que é ensino bíblico?

Quando concluí um curso de Educação Cristã, (no Instituto Bíblico de Campinas, Goiânia, IBCAMP), descobri que havia aprendido apenas uma coisa: “Aprendi a aprender”. Aprendi a aprender, porque fui ajudado, orientado, guiado a aprender.
O papel do professor é facilitar a aprendizagem, é despertar ideias na mente dos alunos.

Clima de aprendizagem

Tanto aluno quanto professor, influencia, positivamente ou negativamente, no clima da classe, mas, cabe ao professor tomar a iniciativa.
Num grupo de estudo bíblico, cada pessoa precisa ter a sensação de que é de casa, precisa se sentir valorizada, ter sua participação apreciada, ser conhecida, compreendida, ouvida, aceita como pessoa.
Como Influenciar positivamente a classe?
Dentre tantas, notemos algumas:
1.      Faça menção do aluno pelo nome, o som mais doce para uma pessoa é seu nome.
2.      Interaja com o aluno não só durante a aula, mas também, antes ou depois das aulas.
3.      Permita que o aluno fale participando da aula.
4.      Não interrompa o aluno quando este estiver falando.
5.      Mantenha contato visual com o aluno quando ele estiver falando.
6.      Se o aluno fizer uma pergunta responda, ou se comprometa em trazer a resposta na próxima aula.

Princípios fundamentais

1.      Liderança firme sem dominar a classe.

Para isso o professor precisa da estrutura (plano de aula) e propósito (objetivo final aprendizagem) a aula, mas deve estar preparado para fazer mudanças no decorrer da aula se necessário.

2.      Conceda tempo para a aprendizagem, sem permitir que a aula fique maçante.

Diz respeito, a administração do tempo em relação à participação do aluno. De maneira equilibrada, permita que o aluno, reflita, pense e participe.

3.      Desafie sem ameaçar.

Diz respeito ao nível de aprendizagem. Desafie o aluno a pensar, esclarecer ideias vagas e a justificar seu próprio ponto de vista; sem, contudo exceder o nível do aluno para que este não fique desencorajado.

4.      Perguntas e respostas.

a.      Se você deseja obter informações específicas, faça perguntas específicas?
b.     Enuncie um conceito e peça para os alunos explicarem.
c.      Faça perguntas hipotéticas visando provocar um debate.
d.     Faça pergunta problema para estimular a reflexão sobre determinados princípios bíblicos.

Didática

Princípios de didática

1.      As pessoas esforçam-se por aprender quando a aprendizagem lhes proporciona prazer, satisfaz necessidades ou promete ser útil.
Há assuntos na bíblia, que a princípio, não desperta interesse, nem por isso devem ser ignorados ou ensinados de maneira enfadonha. O que o povo quer é entender a bíblia. Quando se entende o que está sendo ensinado, a receptividade por parte do aluno se torna prazerosa. O segredo é simplificar! Quando se simplifica se é entendido, e o entendimento gera convicção.
E, se torna útil e necessária, quando se é feita a aplicação à vida do aluno, e isso se faz respondendo a seguinte pergunta:
Em que sentido as pessoas deveriam mudar ao estudar este trecho da Escritura? A resposta a esta pergunta será o ponto de contato entre o ensino e sua utilidade na vida do aluno.

2.      O grau de participação é maior nos grupos de aprendizagem quando as atividades didáticas são direcionadas à pessoa em sua totalidade.
O melhor estudo bíblico envolve todos os aspectos do ser humano, e os métodos ensino/aprendizagem, devem envolver o aluno como ser completo: Fisicamente, psicologicamente e espiritualmente.

“O evangelho é para todo homem, e para o homem todo”.

3.      O ensino baseado em metas é mais eficiente do que aquele que não possui propósito específico.
Quem não sabe pra onde está indo termina em lugar nenhum, ou lugares errados.  A meta permite liderar a aula com mais facilidade, e avaliar a aprendizagem.

4.      É mais provável que os alunos participem de atividades de aprendizagem quando o professor cria o clima adequado no inicio da aula.
Livrar os alunos de distrações e influências que concorrem com a aprendizagem, e, direciona-los para o objetivo da aula, a aprendizagem.

a.      Desperte a curiosidade.
b.     Lance situações hipotéticas ou conflitantes.


5.      Quando o professor fizer uso de perguntas elas devem variar em forma, escopo e grau de dificuldade.
Evite fazer perguntas simples e limitadas, que possuem só uma resposta certa.
Perguntas devem desafiar o intelecto, despertar a curiosidade e o interesse.

Métodos didáticos

Preleção

A definição formal de preleção é: discurso público informativo.
Pressupõe que o professor tem algo que precisa compartilhar; algo, que o aluno precisa ou deseja ouvir.

1.      Saiba do que você esta falando.

Se um assunto merece uma preleção, merece ser estudado.
É preciso familiarizar-se com o assunto, mediante, um bom trabalho e pesquisa.
“A pesquisa quando está sendo realizada, por um lado, exige muita dedicação e esforço, mas, garantira o magnetismo que uma preleção merece”.
Pesquise assuntos das lições para saber como se encaixam, desenvolva uma visão específica de cada lição antes de ensinar, e, responda as seguintes perguntas:
Qual é a ideia central ou ênfase desta parte passagem bíblica?
Que outras ideias serão de interesse para minha classe?
Como meus alunos podem beneficiar-se desta lição em termos de suas necessidades, e interesses pessoais?
A que precisarei dar atenção especial no decorrer do estudo desta lição?


2.      Utilize a preleção combinada a outros métodos.

Quebre a cadência rígida da preleção. Mude o ritmo e o tom, antes de passar para outro ponto ou atividade.
Recursos áudio visuais que podem ser combinados à preleção:
a.      Esboços (Templo de Salomão; Mapas...).
b.     Diagramas (Organização do arraial de Israel; O Plano Divino através dos Séculos...).
c.      Ilustrações Gráficas (Vestuário do sumo sacerdote...).
Também pode ser feito exercícios por escrito, debate e dupla, leitura em classe, etc.

3.      Focalize e refocalize a atenção.

Ao usar recursos áudio visuais, não mostre tudo e uma vez, mas em progressão.
Se preciso for, use técnicas de envolvimento (algum som, comando ou postura do preletor), mas, sem exageros.
Durante a ministração, se fizer menção a algum texto que deve ser lido (Bíblia ou livro texto), certifique-se que todos localizaram a referencia, então, retome a preleção.

4.      Utilize ilustrações em profusão.

Ilustrar é iluminar no lugar onde precisamos ver melhor. A ilustração tem o propósito de esclarecer e justificar uma ideia.

Há Cinco tipos de ilustrações:

1.      Conceitual: Quando se cita pensamento ou opinião de uma pessoa.
2.      Técnica: Quando se explica um princípio científico ou técnico.
3.      Estórica: Anedota imaginária, lenda ou parábola.
4.      Histórica: Quando se narra um fato, registrado ou transmitido pela imprensa; ou ainda, ouvido de testemunhas.
5.      Pessoal: Fatos testemunhados ou protagonizados pelo professor.

a.      Diga sempre a verdade.
b.     Certifique-se dos fatos quando envolver outras pessoas.
c.      Fuja da auto-exaltação.
d.     Evite a delação.

Cuidados a tomar ao contar uma ilustração

a.      Cada ilustração tem que ter uma relação direta com o assunto que se quer ilustrar.
b.     Evite detalhes que não estão diretamente ligados ao assunto, pois, podem desviar atenção dos alunos do foco principal da lição.
c.      Não passe como verdadeiros fatos que são duvidosos, cujas fontes são indeterminadas.

Preparando lições com antecedência

1.      Poucos de nós alcançam seu melhor desempenho sob pressão.
2.      Nem sempre conseguimos fazer uma estimativa de quanto tempo será necessário para a preparação de uma lição.
3.      Professores que começam a se preparar com antecedência podem tirar vantagem de fontes enriquecedoras.
4.      Quando não dispensamos tempo suficiente à preparação da lição, nossa tendência é recorrer a métodos didáticos que exigem um mínimo de preparação.
5.      O ensino criativo exige tempo.

Hermenêutica e exegese

1.     Hermenêutica é a ciência de interpretação textual

A Hermenêutica não é apenas um conjunto de regras de interpretação, mas, uma ciência que tem fundamentação racional com uma maneira peculiar de ação. A finalidade da Hermenêutica é dar uma interpretação correta a um texto, através de seus princípios de interpretação, que são:

Regra Fundamental: “A Bíblia Interpreta a Própria Bíblia”.

Regra: “O quanto for possível, tomar as palavras em seu sentido usual comum”.
         Regra: “Tomar as palavras no sentido que indica o conjunto da frase”.
Regra: “Toma as palavras no sentido que indica o contexto”.
Obs. O contexto pode ser: Anterior, posterior, paralelo ou remoto.
Regra: “Considerar o objetivo ou desígnio do texto, em que aparecem palavras obscuras”.
Regra: “Consulte passagens paralelas”.
Obs. Paralelos de palavras, ideias, e, ensinos.

2.     Exegese é a arte de expor uma ideia.

Do grego: Exegese: exposição; do verbo, exágô: tirar para fora. Conduzir, expor.
Expl. Lucas 1.1 “narração coordenada” no grego é exegese.

A finalidade da exegese é dispor os elementos, de maneira clara, lógica, sequencial, progressiva, estética, e, convincente.
Exegese é transmissão, comunicação, exposição.
A exegese pode ser admitida como hermenêutica somente quando o exegeta não é apenas o expositor, mas o interprete.

Faz-se necessário o conhecimento básico de línguas originais da bíblia, para usar plenamente tanto a Hermenêutica quanto a Exegese.

Att

Thursday, March 28, 2013

Monday, January 7, 2013

A MULHER E SUA IMPORTANCIA NO REINO DE DEUS


A MULHER E SUA IMPORTANCIA NO REINO DE DEUS
(Lucas 8.1-3)
INTRODUÇÃO
Para que possamos entender melhor a importância que Cristo deu a mulher, em seu papel tanto na sociedade quanto no Reino de Deus, precisamos considerar alguns aspectos hostis da sociedade do primeiro século em relação a elas
I) CONTEXTO SOCIAL CONTRÁRIO, E RESTRIÇÕES IMPOSTAS ÀS MULHERES
a) Sociedade patriarcal
*Nessa sociedade os pais preferiam filhos do sexo masculino, mais que femininos; atitude que refletia no baixo valor atribuído a mulher.
*A escola (filosófica) do rabino Hillel, por erros de interpretação de Êxodo 20.17, considerava a mulher uma mera propriedade do homem. O farisaísmo pautava sua conduta social, em boa parte dos ensinamentos de Hillel (Hillel>Gamaliel>Paulo).
O fariseu do 1º Século costumava fazer uma oração agradecendo a Deus por não ter nascido “... gentil, escravo nem mulher”.
b) Restrições impostas às mulheres
*Tais restrições dizia respeito a atuação da mulher em suas atividades, atuação social, e, valor pessoal (Ilustração: o menino e o anel).
b 1) Esterilidade- Se uma mulher não tivesse filhos, logo se supunha que o problema estava restrito a ela, e era um sinal que Deus não se agradava dela.
b 2) Valor monetário-O valor atribuído a vida de uma mulher equivalia à metade do atribuído ao homem (Lv 27.1-8).
Hoje não é muito diferente, nossa sociedade não é patriarcal, mas, marxista. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mulheres com a mesma qualificação de homens ainda ganham menos que eles, na mesma função.
b 3) Bens-Só homens podiam ser donos de alguma propriedade; uma mulher só podia herdar bens de seus pais somente no caso de não haver filhos.
b 4) Peso da palavra-Se uma mulher fizesse uma promessa, só podia manta-la se o marido concordasse (Nm 30.10.12) a palavra da mulher não tinha peso.
b 5) Virgindade-A mulher tinha que ter prova de sua virgindade, o que para o homem era impossível (Dt 22.20,21).
c) Paulo e as mulheres
*Assim como Hillel interpretou erroneamente alguns textos sagrados, muitos hoje tem feito o mesmo com Paulo e seus escritos em relação à mulher.
Exp. 1ª aos Coríntios 14.33-36 é uma restrição cultural local, e não uma doutrina (Doutrina Bíblica tem que ter seguimento Bíblico). A desordem no culto era proveniente de mulheres que profetizavam. Paulo proibiu a desordem, e não a mulher de profetizar. (mulheres podiam profetizar e exortar, At. 2.17; 18.26; 21.9; 1ª Cor 11.5; Fp 4.3; 2ª Tm 1.5; 3.14,15; Tt. 2.3-5).
No mesmo contexto (1ª Tm 2.11,12) Paulo instruiu Timóteo (que também dirigiu a Igreja de Corinto) sobre o assunto. Porém, trouxe a proibição para o âmbito pessoal ao dizer no versículo 12 “...não permito”.
*Paulo na verdade defendeu que a mulher não era mero objeto, e que o marido deve agradar e amar a esposa, e não apenas esta ao esposo (1ª Cor 7.1-7; Ef 5.25). De igual modo Pedro falou do convívio familiar com dignidade (1ª Pe 3.7).
*E, pelo fato de Paulo saudar oito mulheres em sua carta aos Romanos (Rm 16.1-16) fica evidente sua consideração pelo ministério feminino (Febe, Priscila, Maria, Trifena, Trifosa, Mãe de Rufo, Júlia e Olimpas).
II) PLENITUDE DOS TEMPOS (Gálatas 4.3-7, 4) E O ASPECTO REVOLUCIONARIO DO MINISTERIO DE JESUS EM RELAÇÃO ÀS MULHERES
a) Plenitude dos tempos (Gr Kairós) momento de transição cultural, pois, tanto a cultura grega quanto a romana já estavam exercendo certa influencia sobre a judaica.
*Contribuição dos gregos: Educação, liberdade de pensamento, monoteísmo> a maioria dos filósofos, afirmava que havia uma razão para que tudo viesse a existir; o termo logos no primeiro capitulo de João (Jo 1.1) é entendido também como a razão e origem de tudo.
*Contribuição dos romanos: Pax romana, facilidade de locomoção e educação.
Apesar de que gregos e romanos tinham posições diferentes em muitas coisas, pois, “Romanos matavam seus heróis, e os gregos endeusavam”; em ambas as culturas mulheres tinham certa posição proeminente.
O tempo exato (Kairós) que Deus manifestou seu filho ao mundo (nascido de mulher), foi também, o tempo em que Ele escolheu para valorizar a mulher.
b) Atitude de Cristo para com as mulheres
*Prostitutas aproximavam-se dele. Seu ministério era tão permeado de perdão, que as detestadas e maltratadas eram atraídas por ele.
*Permitia que mulheres o tocasse. Uma pecadora não apenas lavou seus pés, como também, os beijou (Lc 7.37,38). O que contrariou o padrão de conduta estabelecido naquela época.
*Entrou em casa de mulheres; (Lc 10.38) Marta.
*Conversava com mulheres em público; (Jo 4.1ss Samaritana). Alguns rabis defendiam a tese que mulheres não podiam conversar com desconhecidos em público; outros, mais extremistas, eram de opinião que o homem não podia conversar com a própria esposa em público.
*Ensinou mulheres; havia uma idéia generalizada de que a mulher não era inteligente, alguns antigos achavam que ela não deveria ter o direito a educação, exceto relacionada às tarefas domésticas.
*Aceitou mulheres em seu grupo de seguidores.  Em meio a mais de quinhentos discípulos havia mulheres fieis servindo a Cristo. Jesus já quebrou paradigmas ao chamar discípulos fora da faixa etária costumeira para os rabinos judeus, aos oito anos de idade, depois 12 e por fim 30 anos, chamou homens formados tais como Pedro, João, e, como se não bastasse aceitou mulheres em seu ministério.

CONCLUSÃO
Pela atitude de Jesus com as mulheres, notamos a importância delas e seu papel relevante no ministério cristão (Lc 8.1-3). Entre várias mulheres que serviam o ministério de Jesus com seus bens, “Madalena” foi que mais se destacou, sendo a primeira pessoa a ver o Senhor ressuscitada, antes mesmo do grupo dos doze.





Cleiton Antonio

Wednesday, May 23, 2012


MILAGRE SEM UTOPIA: O MILAGRE GENUINAMENTE BÍBLICO

(Lucas 5.1-11)

Milagre: “Feito que não se pode explicar” ( Aurélio Buarque de Holanda).
“Mesmo se plenamente compreendido, não pode ser explicado pelas leis da natureza” Millard J. Erickson.
Portanto a proposição dessa reflexão não é explicar milagre, mas, compreender alguns elementos do milagre genuinamente bíblico. No texto supracitado, encontramos alguns desses elementos.

1º RECONHECIMENTO DO SENHORIO DE CRISTO

Nos versículos (5, 8) notamos que Cristo é chamado de Senhor, e Ele o é; fazendo ou não, realizando ou não, operando milagres ou não. Como Senhor Ele é soberano, e sua vontade e seu tempo são infinitamente superior aos nossos desejos.

2º CONSIDERAÇÃO A PALAVRA DE DEUS

A primeira coisa que Cristo fez antes do milagre foi expor a palavra de Deus (vv  1-3). Na bíblia aparece 11 vezes a palavra pregação, e, 42 vezes a palavra ensino. O que deixa claro a importância da instrução teológica. O milagre, genuinamente bíblico, não é desvinculado da palavra de Deus.

      John Trapp, “Onde a bíblia não tem voz, não devemos ter ouvidos”.

      Goeth, “Se estivesse a ser posto em prisão e pudesse levar um livro somente, escolheria a bíblia”.

      Professor Biteks, “A bíblia responde as perguntas de uma criança e resiste à sabedoria dos sábios”.

Um dia, tolamente, disse, Voltaire, “Em 50 anos a bíblia será um livro arcaico, esquecida em algum museu”.
Todavia, hoje, a bíblia continua sendo o livro mais vendido no mundo, e, eu pergunto a você, quem é Voltaire?

3º MILAGRE DE DEUS GERA MUDANÇA

“Hoje vivemos na sociedade do espetáculo, e da banalização do sagrado” Alan Brizotti.
Muitos clamam por sinais!
Note (Mateus 12.38-40), disseram a Jesus “... queremos ver sinal...”, Jesus disse que nenhum sinal seria dado a não ser o do profeta Jonas (v40, Jonas, três dias no ventre do peixe, simbolizava a morte e ressurreição de Jesus, ou seja, Cristo mostrou o calvário. O maior milagre é salvação de almas. Milagre não é um fim em si, mas, uma conseqüência dependente da vontade do Senhor.
Na atitude de Pedro no (v 8), encontramos algumas dessas mudanças. Quebrantamento, arrependimento (reconhecimento do erro, com intenção de mudar).

Quebrantamento, (reconhecimento da própria debilidade).
Arrependimento, (reconhecimento do erro, com intenção de mudar).
Adoração, (posicionamento diante do Senhor).

“Há mais restauradora alegria em 5 minutos de adoração do que em 5 noites de folia” A. W. Tozer.

No grego encontramos termos distintos para adoração, o que pode ampliar nossa compreensão desse tema tão banalizado em nossos púlpitos. Leitorgia, Servir ao próximo; Latréia, Servir ao Senhor; Omologia, Admitir, confessar; Gonupteo, Ajoelhar; Prokunein, Inclinar até o solo.

4º FÉ CRISTOCÊNTRICA

Tudo que Pedro esperava aquele dia era pescar, mas trabalhou a noite toda sem sucesso. Porem, sua atitude é notável ante ao chamado do mestre. Seu coração não estava no peixe (dinheiro), e sim em Cristo.
“O coração do homem é o santuário de adoração ao Senhor, tudo que nele está como prioridade não sendo Deus é um ídolo e uma idolatria” A. W. Tozer. 

5º COMPARTILHE

Encheram ambos os barcos (v7). A tragédia de muitos é lutar sozinhos (assim foi com Sansão).

6º LAVE AS REDES

O pescador lava as redes, porque tem esperança de pescar novamente. Não desista diante dos imprevistos e fracassos. Cultive fé viva, não perca a esperança!

7º OUSE, MAS, SOB A PALAVRA DO SENHOR

Se o Senhor ordenou vá as águas profundas, tenha atitude.

8º TENTE NOVAMENTE

O fracasso não é o fim, mas um processo pedagógico de Deus. Segundo o reverendo Ernandez dias Lopes, a “crise” é inevitável, imprevisível, diversificada, porém, é passageira e pedagógica.

9º O MILAGRE MARCOU O CHAMADO DE PEDRO

Um Judeu tinha cerca de três oportunidades de ser chamado por Rabinos para ser discípulo, aos 12 anos de idade, depois aos 18, e por fim aos 30. Pedro foi rejeitado em todas; porem Cristo chama os desprezados, acolhe e comissiona-os.     


Att

Wednesday, May 16, 2012


                         A CRUZ DO MEIO: VERDADES QUE MANAM DA CRUZ

(João 19.17,18)

Em (Genesis 3.24) a espada fecha o Édem, em (2ª Co 5.14,15, 17,19) a cruz abre o Édem.

1º PERDÃO

(Lucas 23.34; 39-42) O perdão é importante porque restaura a comunhão com Deus (1ª João 2.1,2) e com o próximo (1ª João 1.7).

2º SUBSTITUIÇÃO

(Gálatas 2.20)
Certo dia numa sala de audiência um jovem réu prestes a ser julgado por uma contravenção, se alegrou, ao ver que o juiz que julgaria a causa era um velho amigo de sua família. Porem, o juiz condenou o rapaz a pagar uma multa pesada pela contravenção.
O moço, obviamente, não ficou satisfeito e saiu dizendo consigo mesmo, ”ele não é nosso amigo!”
Mas, para surpresa do rapaz, o juiz o procurou já fora do Fórum, e lhe deu um cheque no valor da dívida que ele foi condenado apagar, e disse: “como juiz tive que te condenar, mas, como amigo de sua família, pagarei a dívida”. Foi assim que Cristo fez, pagou nossa dívida para com Deus.

3º INCLUSÃO

(Gálatas 2.20 ou 19b, 20 ’ARA’) morrendo com Cristo temos vida. Tudo que vai pra cruz morre, até o filho de Deus morreu; Então o ‘Eu’ de cada um deve morrer também.

4º PROVISÃO

(João 19.26,27) Na cruz, Cristo abriu o Item; para que desfrutemos do melhor de Deus na terra, prosperidade, autoridade, plenitude familiar.
             a)      Prosperidade: A essência da prosperidade é uma dependência total a Deus.
             b)      Autoridade: O ser humano foi criado para governar.
             c)       Família: O modelo de Deus para família, estabelecido antes da queda é restaurado no calvário.

5º PODER

(David Young Cho, orava por um avivamento na Coréia do Sul, e teve uma visão do mapa mundi onde Israel brilhava como ouro, e o Brasil como prata, questionando sobre o que significaria a visão, o Senhor lhe respondeu: com Israel comecei o avivamento no mundo e com o Brasil terminarei.


Cleiton Antonio

Tuesday, May 15, 2012


OUVINDO AO SENHOR
(João 8.47a)
Ouvir: Percepção de sons.
Bem mais do que perceber sons, ouvir ao Senhor é acima de tudo, discernir, crer, praticar.

1º DISCERNIR

Discernir: distinguir com clareza e sensatez.
              a)      Conhecer (João 10.2-4; 14-16) a ovelha conhece a voz de seu pastor, mais do que nunca é preciso conhecer a voz de Deus. O exemplo de Paulo em (Atos 16.6,7) é notável, intentando pregar foram impedidos pelo Espírito de Cristo, alguém alheio a voz do Senhor poderia ate dizer, “... se esta impedindo de pregar, não é Deus...  ” ;  Mas, Paulo, e toda sua comitiva missionária, conheciam bem a voz de seu Pastor.
              b)      Entender (Atos 9.11-15) Ananias entendeu bem a revelação do Senhor, pois Ele fala com clareza; Pedro ao ser libertado da prisão (Atos 12.7-10) pensava ser uma visão, porque ele sabia que visão de Deus é clara. Deus não é Deus de confusão.

2º CRER

Crer: Acreditar. É o aspecto dinâmico da fé; Fé, é a ausência total de medo; O ato de crer fortalece a fé.
             a)      Abraão fortalecia-se na fé dando glória a Deus (Romanos 4.19,20).
             b)      O pai do pródigo nutria sua fé, pois ficava olhando para o caminho acreditando e sonhando que um dia seu filho voltaria ao lar (Lucas 15.20) “... vinha ele ainda longe quando seu pai o avistou...” note que o pai o viu primeiro, e não o contrario.

3º PRATICAR

Praticar aqui é atender, basta ao discípulo ser como seu mestre (Mateus 10.24,25); Atende-lo ser cristão praticante e não nominal. Em Antioquia foram os discípulos pela primeira vez chamados cristãos (Atos 11.26).

Se você tivesse de ser condenado a morte  por ser cristão, haveria prova suficiente?
Praticando a palavra (Tiago 1.19-27) é possível identificar-se com Cristo, e, parecer mais com Ele.
Em (Atos 16.9,10) encontramos tanto o Discernir quanto o Crer e Praticar Paulo entendeu que era o Senhor que falava, creu na orientação e agiu imediatamente obedecendo Sua voz.

ATT

Sunday, May 13, 2012


 O GRITO DA ALMA

 (João. 11.30-36)
CHORAR: Lamentar, manifestar dor; CHORO: É um sentimento que revela algum tipo de emoção. Todavia, como um dia disse Fíodor Dostoievski  “sofrimento e CHORO é um sinal de vida”. O grande enigma da vida é que choramos ao nascer ou pelo menos alguém chora por nós.
Dan B. Allender (Psicólogo e excelente escritor difundido pela editora,  Mundo Cristão) chama poeticamente o choro de O Grito da Alma.
No trecho bíblico citado (João. 11.30-36) notamos que Marta e Maria choravam  pela morte de seu irmão Lázaro, choravam também  os Judeus;
Ate aquele que um dia enxugará de nossos olhos toda lágrima chorou; Jesus pôs se a chorar.
O choro de Jesus revela-nos algumas coisas.

1º- MANIFESTAÇÃO DE AMOR
A palavra amor é bem presente no trabalho de atores, artistas, escritores, poetas...
Em países de fala portuguesa amor tem cerca de duas dúzias de definições, porem, em grego encontramos termos mais específicos, que citarei aqui com o objetivo de estabelecer um contraste com o amor de Deus.

EPTHUMIA, geralmente na bíblia é traduzido como concupiscência, desejo forte, mas num contexto social pós-moderno, seria o que chamamos de amor cego e paixão louca, chegando a níveis patológicos e criminosos de obsessão possesíva.  “... matei porque amava...”

STORGE, amizades excepcionais, pais e filhos, ou a uma vocação; storge desenvolve um sentimento de pertencer a algo ou alguém, é um sentimento nobre, porem, sem Deus também é possesívo, “... pertence a mim, eu mando...”

PHÍLEO, Camaradagem, filantropia; bom!  Mas, é um amor que desenvolve uma atmosfera de reciprocidade, ou seja, num mundo que jaz no Maligno, phíleo, sempre espera uma resposta e está bem presente nas comendas outorgadas em ano eleitoral.

ÉROS (erótico, erotismo) Esse instinto foi colocado no ser humano por Deus, mas, foi corrompido na queda. Na mitologia grega, Éros era o deus do amor (filho de Afrodite deusa do amor) o garoto nu, alado com arco e flechas que saia dando flechadas de amor. Esse amor instintivo é o mais louvado, relacionado à sensualidade está bem presente na sociedade, e todo dia é visto na maioria das propagandas comerciais, pois sensualidade, “hoje”, vende do supérfluo ao necessário, de celular a carro importado...  

ÁGAPE, amor sacrificial, não interesseiro, não determinado por emoção, mas decisão; esse sim é o amor de Deus, nas palavras de Paulo “... tudo sofre tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1ª aos Coríntios 13.1-13).
Carlos Drummond de Andrade disse “... o amor foge a todas as explicações possíveis...” “... o amor foge a dicionários, e a regulamentos vários...” E ele nem falava do amor de Deus.
Então, pensando nas palavras de Carlos Drummond de Andrade, compreendi bem as do Apóstolo João quando tentou adjetivar o amor de Deus; “porque Deus amou o mundo maravilhosamente, ainda era comum; grandemente, ainda era pequeno; pensou e pensou e escreveu (João 3.16) “Porque Deus amou o mundo de “tal’ (esse tal é uma das palavras mais profundas da Bíblia) que deu seu único filho, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha vida eterna”.
Como disse o poeta “Ainda que todas as árvores fossem canetas, o céu a tinta e a terra o papel, nem mesmo assim daria para escrever a imensidão do amor de Deus”

2º- INDIGNAÇÃO PELA MORTE
A morte é um memorial macabro da queda, ela é Kerigmática (mensageira) em dizer que a comunhão com Deus, foi rompida (morte espiritual)! É um antigo inimigo. Mas, Jesus estava ali para, vencê-la.
Como destacamos na segunda benção de louvor do judaísmo; Gevurot “... (trechos) Tu és poderoso eternamente, Senhor que ressuscita os mortos... mantém-se fiel à sua promessa aos que jazem no túmulo... quem é semelhante a Ti ó rei que fazes... ressuscitar...”
Portanto, quem vive com Deus, não teme a morte, mesmo sabendo que morrerá. O Senhor cumpre promessas, mesmo depois que morremos, entenda isso!
Willian Wallace disse “Todos os homens morrem, mas, nem todos vivem”. A questão é como você vive?
 O reverendo Claudionor Correia de Andrade disse “Vida só é possível ao lado do Senhor, longe Dele, a própria existência é morte”.  Portanto, quem vive com o Senhor nesta vida, não morre, mas passa da morte para a vida!

3º IDENTIFICAÇÃO CONOSCO
“Pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas, sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porem, sem pecado” (Hebreus 4.15 NVI).
JESUS conhece a sua dor, as suas lágrimas. (Salmos 56.8).
“Não há no mundo palavras tão convincentes como lágrimas” Lope de Veja (dramaturgo).
“Deus não esta tão acima de você que não possa ser tocado pelas tuas lágrimas” Max Luccado.

O Senhor identifica-se com você na dor, para que você identifique-se com Ele em glória.
O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus. Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória” (Romanos 8.16,17. NVI)

Abraço!
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